segunda-feira, 16 de julho de 2007


Moda não é luxo, é direito

Uma das mulheres mais requintadas e grifadas do planeta está comprovando que é possível ser elegante e gastar pouco. Sucesso entre os fashionistas – e entre os nem tanto –, a atriz Sarah Jessica Parker vem capitalizando de um jeito interessante a fama de estilosa disseminada pela sua personagem Carrie Bradshaw de Sex and the City. Agora acaba de lançar a grife Bitten, distribuída pela rede americana de lojas populares Steve & Barry’s. Em pouco mais de um mês de vida, a “mordida” fashion é sucesso no país do cartão de crédito. Também pudera. Além da assinatura estrelada, as peças são essenciais de qualquer guarda-roupa e não custam mais do que 20 dólares, confirmando o slogan da campanha “moda não é luxo, é um direito
Nos seis anos de Sex and the City, as roupas, os acessórios e o jeito eclético de compor os looks de Carrie Bradshaw viraram manias no mundo inteiro. Embora o criativo e grifado figurino do seriado fosse assinado por Patricia Fields, muito pitacos vinham da própria atriz, como a paixão por sapatos – Sarah tem mais de 500 pares – e alguns detalhes, vide os broches de flores enormes aplicados nas roupas. Fora das telas, Sarah confirmou o bom gosto para a moda, conduzindo com atitude ímpar as grifes mais estreladas do planeta por onde quer que circulasse. Resultado: a atriz virou símbolo de estilo, título confirmado pelo prêmio de ícone da moda concedido a ela pela associação de estilistas da América em 2004, ano de encerramento do seriado nos Estados Unidos. No mesmo ano, Sarah virava garota-propaganda da Gap e, em seguida, lançava um perfume, o Lovely (sucesso estrondoso).
Todos esperavam o próximo passo de Sarah, que também está batalhando para levar Sex and the City aos cinemas – a gente torce. Demorou um pouco, mas a Bitten foi lançada no começou de junho com a pompa ideal para o tipo de produto que oferece: no programa de auditório de Oprah Winfrey, uma das maiores audiências da tevê norte-americana. Pouco antes, algumas peças ilustraram o editorial da revista Glamour, com a atriz vestindo a marca mesclada a peças de luxo. Lembram-se do hi-lo?
No desfile de Oprah, Sarah explicou o conceito básico da marca: oferecer produtos acessíveis em todas as numerações, até no tamanho GG, diferentemente de muitas grifes, que só produzem até o 42. A atriz também declarou que sabe o que é não ter dinheiro para comprar roupas, lembrando que cresceu em uma família enorme – 10 irmãos e irmãs –, usando peças herdadas dos mais velhos. Foi isso que inspirou Sarah, que decidiu mostrar que é possível ter estilo gastando pouco
Claro que as peças da Bitten, embora criadas pela equipe da loja a partir do guarda-roupa de Sarah, ficam longe do brilho dos figurinos de Carrie. Tudo é mais básico, com destaque para jeans, camisetas e vestidinhos, alguns muitos semelhantes a outras linhas do gênero comercializadas até mesmo no Wal-Mart, a maior rede de supermercados dos Estados Unidos. É claro que tudo ganha uma bossa extra com a assinatura da atriz. Outro diferencial é que as roupas, na maioria, são coordenáveis entre si, o que possibilita composições mais inusitadas. E também são clássicos perfeitos para se ter no guarda-roupa, e tudo por um precinho mais do que camarada.O barato chique de Sarah também ilustra a revista Elle americana de agosto e tem feito parte dos figurinos da atriz no dia-a-dia, como a camiseta que estampa o slogan da campanha - com o qual a gente concorda. E pena que não está à venda por aqui. Por Patrícia Pontalti

segunda-feira, 2 de julho de 2007


Um dia em São Paulo com o produtor de moda e stylist Arlindo Grund
Por Carmen Marinho

O produtor de moda pernambucano Arlindo Grund possui uma rotina alucinante de trabalho no epicentro fashion do país, São Paulo. Trabalhando na capital paulista há mais de três anos junto com o seu sócio Fábio Paiva, ele assina a produção de editoriais de grandes revistas como Marie Claire, Boa Forma, Criativa, dentre outras, além de desfiles e catálogos de várias marcas.
Segui os passos de Arlindo num dia “normal” de trabalho, quando ele iria realizar a produção de um editorial para a revista Criativa da Editora Globo. A rotina começou às oito horas da manhã com uma ida as lojas de jóias Vivara e Bulgari, na região dos Jardins. Lá, teríamos que escolher as últimas peças para compor os looks já previamente escolhidos pelo produtor para o editorial. Depois, seguimos no carro da Editora Globo para o estúdio fotográfico, onde já estavam a editora da revista Rosana Sperandéo, a modelo Roberta Barros, o cabeleireiro Celso Ferree, o maquiador Tery Barber, importado da Inglaterra e representante mundial da marca de cosméticos M.A.C., o fotógrafo Rogério Mesquita e o seu assistente.
Looks preparados, modelo devidamente maquiada e penteada, material fotográfico montado, iniciá-se a sessão de fotos realizada em um cenário inteiramente branco. Começava a se desenhar o editorial “Viva o tricot”, que só chegará as bancas em agosto.
Não sabia, mas é necessária uma média de 35 fotos para que se chegue ao resultado desejado, a imagem pretendida na fase de pré-produção deste tipo de material. Sob os olhos atentos da editora todos os profissionais trabalham em sintonia e colaboram com o sucesso do editorial. Arlindo, por exemplo, como experiente produtor que é, tem sempre mais de uma opção caso algum look não funcione. No caso deste trabalho, houve a necessidade que ele trocasse uma combinação previamente escolhida, isto porque no corpo da modelo passou uma sensualidade que se afastava do conceito pretendido para o editorial.
É importante citar a quantidade de marcas a que Arlindo recorreu para montar estes looks, nove ao todo, entre elas, marcas mais populares como a Renner, passando pela All Star, Beneton, até as mais exclusivas como a Luis Vuiton e a Tom Ford . Essa mistura mostra, inclusive, uma das facetas mais importantes que um produtor de moda deve possuir, conseguir montar quebra-cabeças com roupas e acessórios, que juntos, formam imagens desejadas por aqueles que contratam seus serviços. Tudo, regado a muito bom gosto, é claro!
Oito horas depois, trabalho cumprido, as sete fotos que comporão o editorial ficaram lindas, e todos sentiram a sensação de dever cumprido. Mas, o dia ainda não havia acabado! Logo em seguida, seguimos direto para o São Paulo Fashion Week, onde Arlindo tinha sido convidado para assistir naquela data aos desfiles da Poko Pano e Zoomp, incluindo a pessoa que vos escreve. Contudo, mas do que assistir aos desfiles, o produtor, com livre acesso ao setor de imprensa e dos show-rooms, local onde várias marcas mostram suas coleções para potenciais compradores, aproveitou a oportunidade para mapear novas propostas para seus próximos editoriais, afinal, roupas e acessórios são seu objeto de trabalho.
Ufa! Apenas às dez horas da noite o dia de trabalho do produtor Arlindo Grund acabou. É, quem disse que vida de produtor de moda era fácil?!